Debates de educação com aparência de legitimados
Em 23 de abril do ano em curso, em Brasília, o ministro Fernando Haddad lançou a Conferência Nacional de Educação (Conae) e na oportunidade foram discutidas as ações educacionais dos últimos anos, novas perspectivas para o setor do ensino, e estas mesmas discussões foram debatidas em diversas conferências preparatórias nos estados e municípios, onde se fizeram presentes alguns setores da sociedade civil e dos governos envolvidos com determinadas etapas e níveis da educação
Debates legitimados com o formato de ideias para o ensino na próxima década: são pareceres incompletos.
A Conae funcionou intencionada a mobilizar a sociedade nas discussões para que ela pudesse crescer paulatinamente após cada encontro estadual ou municipal.
O ministro disse “As mudanças não ocorrem apenas com atos administrativos. A sociedade precisa incorporar a educação como valor” e ele com orgulho deixou que transparecesse que está sabendo de tudo, pois afirmou que a participação e a mobilização social já estão acontecendo. O ministro respaldou-se no acontecimento das três conferências ocorridas. Em 2006, a educação profissional e tecnológica foi tema de conferência nacional. Em 2008, a educação básica e, este ano, a indígena. Não é bem assim como se parece! Mas infelizmente sabemos que na educação não se encontra nenhum Temporão! Tratar da civilidade indígena, quando se percebe a olhos vistos que a educação dos nossos filhos e netos se encontra em verdadeiro caos! Isto é incrível! E este não deveria ser o momento de preocupação com a instrução indígena!
Nas nossas escolas poderíamos dizer sem medo de errar, que está acontecendo uma batalha, do gênero: a geração do medo! O professor não pode fazer nenhuma observação para o aluno relapso, desinteressado e em alguns casos subnutrido, se fizer corre o risco de ser agredido fisicamente e verbalmente. E o aluno por sua vez, também não pode pedir ao professor que recebe uma remuneração abaixo do desejado, estressado e permanentemente na defensiva, para ele explicar a aula mais detalhadamente, com calma e por alguns minutos ficar de frente para a classe porque ele fica o tempo todo de costas, calado escrevendo a matéria no quadro, se falar, receberá agressões verbais e será mandado para a secretaria e terá que enfrentar um coordenador despreparado e ditatorial que não sabe ouvir, mas sabe punir. Esta situação ocorre nas instituições públicas e nas escolas particulares.
Não foi preciso um decreto ou uma lei, para que o respeito mútuo entre os alunos e os professores fosse retirado das salas de aulas, as autoridades competentes fizeram isto aos poucos, cada um dos mandatários desta nação deitada eternamente em berço esplêndido, quando assumiram o poder tiraram um pouquinho do respeito de dentro das escolas. Com as determinações esdrúxulas de que os professores não podem repreender os alunos, os pais perderam a liberdade de aplicar um corretivo nos seus próprios filhos. Mas esqueceram de acrescentar que seria proibido que os filhos matassem os pais! Este tipo de notícia desfila todos os dias nos noticiários.
Está faltando para esta geração, o que a passada teve de sobra: os bolos de palmatórias, os coques e os puxões de orelhas que os pais davam em casa nos seus filhos por não terem respondido corretamente na oportunidade em que foram sabatinados! Lá no passado, os alunos e os professores se respeitavam, o hino nacional era para os dois, uma referência de patriotismo da mesma maneira que era para todo e qualquer brasileiro, que se perfilava espontaneamente com a mão direita no peito durante todo o período que o hino estivesse sendo executado. Nunca se imaginou, que este mesmo símbolo patriótico, para ser cantado duas vezes por semana nas escolas precisasse de uma lei obrigatória!
Adeus! Parece que nunca mais vai voltar àquela inocência, segurança e o aluno orgulhoso de frequentar o colégio do seu bairro, como existia antigamente. Também não voltarão as aulas de moral e cívica que foram banidas das escolas junto com os padres homossexuais, pedófilos e comunistas. O ato de banir os padres e as aulas de moral e cívica das salas de aulas se deu por exigência dos pais controladores de uma geração de jovens sadios. Desde então, nenhum ministro de educação se vestiu de competência suficiente, para suprir a falta que faz as aulas de moral e cívica, nem mesmo os que passaram ou o que está ocupando a pasta e provavelmente os que virão como ministros, não conseguiram, não conseguem e não conseguirão visualizar uma classe de profissionais aptos para lecionarem disciplina tão distinta. Talvez um dia eles enxerguem, quando tratarem de educação com cabeças pensantes e com pessoas que entendem do ramo.
A Conae segundo o seu coordenador, Francisco das Chagas Fernandes, quando se referia ao assunto das conferências, disse “O tema Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação: Diretrizes e Estratégias de Ação. É macro, mas quando falamos em transporte escolar, em merenda, esses assuntos têm a ver com o regime de colaboração”. Tenho pena do ministro e do coordenador que estão liderando o movimento educacional, que tem a missão de planificar as perspectivas educacionais de 2011 a 2020, pois os dois falam de tudo, menos de educação. Haddad acrescentou que as discussões orientarão o país para conquistar patamares mais elevados de financiamentos. “De 2005 até 2007, já passamos de 3,7% para 4,7% do PIB em investimentos públicos”. E as propostas de educação quando irão surgir?
01/ 2010